quinta-feira, 5 de novembro de 2009

NA PENUMBRA DO TEU CORAÇÃO...

Na penumbra de teu coração,
caverna de fogo e água,
deita tua carne fatigada
na relva serena da terra...

E vê o murmurar das ondas,
vozes de tantos cantos,
a dizer do ir e vir da vida
no fluir tranqüilo do imenso;

Escuta o silêncio das pedras,
sua solidão e firmeza de rocha,
aquilo que permanece e dita
a idade das Eras, as trilhas antigas...

Deixa que o vento te abrace
e agite teus cabelos e sonhos:
ele sabe coisas do ar e do tempo,
coisas de longe... e de tão perto.

Ouve no silêncio da noite
aquela palavra que nos falta
e d-escreve serenamente
a poesia possível da graça.

Diante do árido barulho
da tempestade que ameaça
confia no vagar das ondas,
no vai e vem do oceano.

Se a solidão te acompanhar
vela entre estrelas e a lua;
canta ao vento, dança na chuva...
e acompanhado celebra tua vida.

Por isso, a vida é uma oportunidade;
um convite aberto ao horizonte,
uma possibilidade de encontro entre
nós e o coração da terra: tua carne.

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