terça-feira, 14 de setembro de 2010


O Nascimento... by Ribeiro Halves

A VIAGEM DOS MAGOS

“A cold coming we had of it,
Just the worst time of the year
For a journey, and such a long journey:
The was deep and the weather sharp,
The very dead of winter.”


T. S. Eliot – Journey of the Magi

“A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as realidades que não se vêem. Foi por ela que os antigos deram seu testemunho.”
Hebreus 11, 1

“Também o Novo Testamento possui uma série de histórias do caminho, sobretudo a história dos três magos do Oriente... (onde) o próprio povo nela se reconhece: a caminho pelo deserto, com e sem estrela, questionando e procurando, exausto, decepcionado, perdido, mas, mesmo assim, obediente ao anseio profundo, por ter chegado frente a uma criancinha, em quem a glória de Deus resplandece.”

Anselm Grün – A Caminho (Por uma teologia da peregrinação)




Naquela adversa quadra
do ano das horas,
quando o espinheiro branco
floresce solitário,
nós chegamos
solidários no entusiasmo
a tão feliz encontro.

Nós que partimos juntos
de nossas antigas casas
rumo ao novo Norte,
ao Sul do Oriente,
não sabíamos de início
o que nos esperava
a estrada aberta
ao itinerário novo.

Então a Estrela,
Círio do advento,
nos luzia e aquecia,
na noite mais escura
(dos desertos errantes
de dunas movediças)
ou nas frias tempestades
de neve mais cortante
(capaz de gelar nossas
peregrinas lágrimas);
Ela testemunhava
e consolava a dura jornada
de nosso pés
famintos de repouso.

Foi realmente
uma difícil travessia
aquela que fizemos...
cruzando campinas
de gaivotas
e oceanos de árvores,
sob campos de estrelas
e estradas solares,
fomos percorrendo
em cartas celestes
o mapa natal da criança
que nos nascia a caminho...
sob o signo da esperança
e fé no novo tempo,
re-novado no Ágape.

Sim, assim nos encontramos
ainda itinerantes,
seguros pela visão
que nos entusiasma
e já se faz presente:
na manjedoura, a Criança
sorri dos sábios
cheia da Graça
em Sua face: dádiva,
vívida Sarça.

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