segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

QUANDO UM DIA EU MERGULHAR NO GRANDE MISTÉRIO...

Quando um dia eu mergulhar no grande mistério
serei com os oceanos, os peixes e as vagas;
serei com as nuvens, a garoa e a brisa;
serei com as florestas, montes e vales;
serei com a chama, as fogueiras e suas brasas;
serei com os pássaros, as abelhas e as raposas;
serei com os lagos, rios e cachoeiras;
serei com as gaivotas, o salmão e os gatos;
serei (...)

Quando então eu mergulhar no grande mistério
verei por fim que desde o início
estou nele mergulhado;
e nele estava,
e tinha parte com ele
a todo momento...
desde o dia em que nasci
para os claros ocultos que há
em toda manhã,
nos sempre dos crepúsculos,
nas noites sem luar,
nas estrelas (agora) decrépitas.

Quando um dia eu mergulhar no grande mistério
saberei (finalmente)
que jamais me havia dele apartado
e era com ele que estava
e nele estou desde sempre.
E que todo o resto (digo, a existência)
é intervalo, reticência... vagas,
(gaivotas, gatos, colinas, mariposas,
o luar e estrelas, fontes e vales,
visgueiros e brisas, o fogo e a noite...)
o tudo e o nada;
quando um dia eu mergulhar no grande mistério.



05 de janeiro de 2014
Domingo da Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo

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