Sob uma antiga árvore
à beira do caminho
percorro a quietude
de tudo e corro ao encontro
desse outro que há
em cada canto do mundo:
no mais pequeno, no miúdo,
no efêmero, no diminuto;
assim como também
no mais extenso, no vasto,
no sublime e no imenso.
Eu apanho em cada flor
aquela gota de orvalho
que falta em toda estrela;
e contemplo em um voo
azul de borboletas
algo das vagas do mar distante.
Eu leio em cada concha
a memória das montanhas
e dos naufrágios humanos;
e percebo no luzir
das noites estreladas
o revoar dos vaga-lumes.
Eu cheiro no perfume dos jasmins,
destilados ao luar,
a evocação do invisível;
e no visível de uma canção,
a solar de uma flauta doce,
os acordes de um sonho.
E em tudo, eu re-colho e desentranho
aquela palavra impronunciada
e com ela destilo o verso urgente;
ofertando aos olhos gentis,
dos diversos leitores,
a esperança explícita de beleza
da explícita poesia
oculta em tudo...
Eu sinto em cada
parte de todo mundo
um canto uníssono
de um mesmo canto:
novo de tão perene,
antigo de tão único.
Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu Nome dá glória; por amor da tua benignidade e da tua verdade. (Sl 115,1)
sábado, 19 de março de 2011
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Um comentário:
Teu poema... um sonho bom. Destes que não quer-se acordar nunca.
Embevecida... perdí-me e encontrei-me neste teu lindo sonho... para mim, de cor azul.
Estarei sempre a "passear" carinhosamente por teu poemar. E sigo-o... com muito prazer!!
Beijos de PAZ!!
Karla Mello ❥¸¸¸¸.☆¨¯`♥...♥❥ƸӜƷ ♥ ƸӜƷ
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