domingo, 23 de janeiro de 2011

DEPOIS DA TEMPESTADE

“Fica o drama dos que esperam na falésia
Por quem Deus já destinou à eternidade
E é lição que contra Deus não há vontade
Fica a fúria calma da grande saudade."


(Madredeus - A Tempestade)

Entre o secular
descaso dos poderes
mundanos,
e a exploração da dor
e do desespero
humano;
a revolta se faz meio
aonde voam vis em volta,
a semear tempestades.

Silêncio !
Com coração
contrito e hálito sereno
elevemos a Deus
nossas preces; miseri-
cordia com-paixão
tenha por nós,
e revele a nós
o justo a fazer:

Que o Vento Leste
sopre o cinza das nuvens
e a brisa varra
as lágrimas da face.
Que as águas lavem,
oportunamente,
do vale a lama
que o cobre...
e a espada seja
clara e certa
a separar Luz e treva.
E novamente restitua
as céus, um Aleluia.

Pois sábio é fitar
no hoje, o horizonte
(para além da lama,
as ruínas e o desânimo):
há um Sol, sempre,
a brilhar por sobre
as nuvens escuras do agora...

Resta-nos anunciá-lo:
Vida entre os vivos;
Vivo, apesar dos mortos.

2 comentários:

Gabriel Navarro disse...

Que coisa bonita, Duda! Esperança sempre, mesmo depois do trágico, do inconcebível, do inexplicável. Incrível como pessoas ao perder tudo, dinheiro, trabalho, moradia e família, ainda vivem de esperança e vão em busca da solidariedade, dando braços e ombros aqueles que foram vítimas da mesma tempestade que as atingiu. Abração, amigo. Fica com Deus.

Ribeiro Halves disse...

Pois é... poesia.

http://ocantonovo2.blogspot.com/2010/07/caritas.html

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